terça-feira, 13 de outubro de 2009

HIPERATIVIDADE

Paulo Sergio Fochi
Pedagogo e pesquisador da infância
paulo.fochi@yahoo.com.br

Caracterizada por quadros de agitação, impulsividade e dificuldade de concentração, a hiperatividade, nos últimos anos, ganhou maior atenção de médicos, psicólogos e pedagogos – principalmente porque se passou a creditar ao distúrbio boa parte dos casos de mau desempenho escolar.
O termo hiperatividade vem sendo atribuído de forma corriqueira no âmbito escolar, e é comum cada vez mais percebermos pais e professores adeptos e convencidos de que seus filhos apresentam este distúrbio. Na verdade, as crianças que fogem dos padrões de comportamento que estamos acostumados são rapidamente diagnosticadas como hiperativas.
Faz-se necessário destacar que a hiperatividade só é de fato hiperatividade a partir de uma conjugação de fatores que devem ser observados e acompanhados por um profissional especializado, e dentre estes fatores, uma pequena lesão cerebral geralmente ocasionada por falta de oxigenação na hora do parto.
Assim como o número de hiperativos crescem – mesmo que mais de 30% dos pacientes diagnosticados hiperativos não apresentarem de fato o distúrbio -, o medicamento utilizado para o tratamento vem crescendo o uso em larga escala, podendo dizer até mesmo, de forma incontrolável. O uso deste “sossega leão” não é tão inofensivo quanto se imagina, aliás, estudos recentes demonstram que a Ritalina, quando utilizada com crianças pequenas, afeta no crescimento da criança e até mesmo, causando problemas no crescimento dos órgãos genitais masculinos. Não é a toa que um dos apelidos do medicamento é “droga da obediência”, e por isso chamo a atenção de pais e professores que estão entupindo as crianças “para ajuda-las”.
Talvez em muitos dos casos o uso do medicamento poderia ser substituído por uma reorganização dos costumes familiares, da relação entre pais e filhos, e está sem sombra de dúvidas, não apresenta nenhum efeito colateral.

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